Irã: embargo contra marcas de carros francesas

O governo do Irã declarou um embargo contra as marcas francesas presentes no país, por motivação política, após a União Europeia determinar novas sanções ao estado do Oriente Médio, por conta da repressão a protestos locais.

Como se sabe, a base do setor automotivo iraniano é essencialmente francesa, com fabricantes locais como Iran Khodro e Saipa, sustentados por produtos, peças e componentes de origem Renault, Peugeot e Citroën.

A presença francesa no Irã vem desde muitos anos e já passou por várias sanções internacionais contra o país, a maioria envolvendo a própria França, o que não impediu que os carros do país europeu chegassem aos consumidores iranianos.

Por lá, existe até a Renault Pars, por exemplo, enquanto a Peugeot explora a Iran Khodro com seus carros e inclusive com o já lendário Peugeot 405, que continua em produção no país desde os anos 90, sendo um dos carros mais antigos ainda em produção, com quase 40 anos de mercado.

Ainda que os EUA e a própria União Europeia imponham embargos seguidos contra o Irã, as marcas francesas continuam a fluir por lá.

Um exemplo disso aconteceu em 2018, quando o governo Trump declarou um novo embargo internacional contra o Irã, por conta do programa nuclear, mas na mesma época, 2.000 unidades do C3 europeu venderam em uma hora, no dia de seu lançamento em Teerã.

Na mesma época, o C5 Aircross chegava ao Irã e não parou por aqui. Como já sabemos, carros como o Renault Kwid não só rodam no Irã, em variantes locais, como serão exportados para a Rússia, num recente acordo entre os dois países.

O mais incrível é que a Renault saiu da Rússia e deixou tudo para trás, mas agora verá seus carros retornarem ao país, porém, oriundos do Irã.

Enquanto isso, em Teerã, o governo fala em substituir os franceses por marcas chinesas, porém, dado o histórico da relação de Renault e Peugeot com o país, parece difícil crer nisso.

[Fonte: Al Monitor]

 

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